Há poucos anos, adquiri um livro chamado "Inteligência Emocional e a arte de educar nossos filhos" do John Gottman, da editora Objetiva (1997). Ainda estou estudando esse livro, mas já estou colocando em prática com minha pequerrucha alguns ensinamentos.
Acredito que, infelizmente, estamos dissociados de nós mesmos, das nossas emoções e sentimentos. Ainda hoje, vale o ensinamento do templo de Delfos e atribuído à Sócrates: Conhece-te a ti mesmo!
Então, pergunto:
As pessoas possuem um modelo acurado e verídico de si mesmas?
Bem, quanto ao impacto da educacional emocional, segundo pesquisas apresentadas no citado livro, tem-se que "uma “preparação emocional” forma pessoas emocionalmente inteligentes capazes de:
manter atenção concentrada;
estabelecer inter-relações positivas com pessoas de convívio;
colocar-se no lugar do outro, perceber suas emoções e razões (empatia);
desempenhar tarefas acadêmicas satisfatoriamente;
lidar com altos e baixos da vida;"
dentre outros.
Então, hoje, vivenciei a seguinte história.
Já pela noite, após um dia atarefado e desgastante, tanto para mim quanto para Sofia, estávamos com minha mãe no apartamento. Percebi que, pelos enjôos, Sofia já estava com sono, mas ainda precisava jantar. Preparei o prato para ela, então. Mas a pequenina queria primeiro pirulito e outras guloseimas. Eu nem prometi que permitiria depois. Só respondi que era hora de jantar...
Vô, vocês sabem como são, não é mesmo?! Preocupa-se demasiadamente com netinhos. E a pequenina, que já sabe que possui os "avós nas mãos" (aquela antiga história que avós só estragam), já solicita à avô que dê a jantinha na boquinha dela (rs. Ela se aproveita mesmo!) e ainda negocia o pirulito para depois do jantar. E eu, muita firme, só espero pela obediência e pela alimentação dela. E dona Maria (minha mãe), aproveita para "fazer a reza" para a melhor educação da criança.
Eu olho para Sofia e abro um sorriso, sobre a avó. A espertinha me responde:
- Eu não estou alegre!
Tudo bem, né! Eu a estou ensinando a identificar os próprios estados emocionais. Sei que ela está aplicando em outras finalidades...
Ela ainda se vira para a avó e insiste:
- Eu não estou feliz hoje!
A avó responde:
- Eu sei netinha, tenho visto que você anda nervosa mesmo!
A netinha imediatamente corrige.
- Ando nervosa não vovó. Estou nervosa hoje!
Achei espetacular...
Quantos adultos sabem distinguir aspectos pontuais comportamentais da própria identidade? Ou seja, a diferença entre o ser e o estar? É uma discussão "pra mais de metro".
Só posso dizer que as crianças nos ensinam na sua simplicidade!