Primeira sexta-feira, pós carnaval, eu estava no meu apartamento, retornando de viagem, e recebi no almoço a visita da minha mãe e irmã, mais interessadas na Sofia do que em mim,é claro!
Então, Sofia, após uma semana sem aula, começa a dizer que vai se arrumar para ir à escola.
- Vamos ficar aqui hoje à tarde, eu não vou trabalhar. Eu disse a ela.
- Mas mãe, quero ir brincar na escola. Ela me respondeu.
- Vamos brincar juntas aqui hoje. A gente pode montar o quebra-cabeça da moranguinho novo que eu trouxe pra você. Eu insisti.
- Mãe, eu quero brincar com as outras crianças. Ela encerra a conversa!
Então, todas conversamos e almoçamos. Até que Sofia desaparece por alguns minutos e quando reaparece, já vestiu o uniforme, sozinha, para ir pra escola.
A vovó e a titia, desapontadas ainda insistem que ela fique em casa. A titia ainda se oferece pra brincar com ela. Eu digo que vovó e titia estavam lá para ter a companhia dela.
Então, Sofia, chorando copiosamente, diz que quer ir pra escola.
É claro que nós três desistimos de demovê-la da ideia de ficar, e nos conformamos. "Está bem, então vá para a escola." Dizemos, ou pensamos, em uníssono!
D. Terezinha a leva para a escola com quase uma hora de atraso.
Eu, minha mãe e minha irmã ficamos conversando sobre assuntos da vida. Minha mãe ainda se queixa que queria ter mais tempo para não fazer nada, não fazer comida em casa, não limpar casa, não fazer nadinha, só ficar pensando na vida...
D. Terezinha chega de volta e comenta:
- Sabe o que a Sofia foi me dizendo no caminho?!
- Diga d. Terezinha. Eu respondi.
- Eu é que não quero ficar em casa pensando na vida, dona Tetê. Eu quero é ir pra escola me divertir...
Eu só dou aquela olhadinha pra minha mãe pensando: "as crianças nos ensinam muito mesmo, hein!? Ficar pensando na vida? Que nada..."
Essa Sofia.